terça-feira, 7 de março de 2023

A FÉNIX IMPERIAL


 O oriente sempre me fascinou! Primeiro uma atração especial pelo Império do Sol Nascente depois com uma primeira visita em 1991 a Macau e Taiwan e à China Mainland em 1998 o Império do Meio passou a ser o centro das minhas atenções… 

Até 2019 visitas anuais… Esperamos agora retomar e completar vinte e cinco ano de viagens de norte a sul daquele imenso País com inúmeras vivências e experiências únicas.

Daí a inspiração para iniciar a escrita desta novela…


A FÉNIX IMPERIAL


Prólogo


Nas margens do rio Onon nas proximidades do lago Baical na Mongólia nasceu Temudjin a quem passaram a chamar Gengis Khan… Sofreu inicialmente a rejeição de sua família e do seu próprio clã, mas com a sua argúcia conseguiu conquistar a liderança, vencendo seus rivais e unificando os povos mongóis sob seu comando. Mostrou-se un estratega brilhante e com seu exército de hábeis arqueiros montados, venceu a Muralha da China, conquistou o Império Tangute e avançou para a conquista do restante da China e unificação dos reinos Han (1206)

O seu domínio na China consolidou-se com seus filhos e netos; Ogedei, Guyuk e Mongke khan mas foi em 1269 com Kublai Khan que a Dinastia Yuan foi fundada ao estilo chinês!

No entanto a resistência dos reinos do sul não ficou inerte e de vez em quando havia revoltas pois o domínio dos mongóis sobre os Han nunca foi por todos bem aceite e na primeira oportunidade aconteceu mesmo a sua expulsão (1368)… Os mongóis regressaram às suas origens (Mongólia)e lá prosseguiram com a Dinastia Yuan do Norte, enquanto na China se inicia a Dinastia Ming, tendo como capital a antiga DaDu (ou Cambalique) - Beijing ou Pequim!

(Beijing significa Capital do Norte : 

Bei = norte e Jing = capital), mas antes foi em Nanquim ou Nanjing (Capital do Sul : Nan=sul e Jing=capital) que tudo começou no reino dos Song

Foto da Internet

A FÉNIX IMPERIAL

Primeiro episódio:
- “As areias de Gobi”

Rolos de ervas secas rebolavam pelo caminho impelidos pelas ténues rajadas do vento norte que a espaços ainda se fazia sentir…
O ancião sentado no banco de pedra esperava o companheiro para o habitual jogo de Go, cujo tabuleiro se encontrava esculpido na mesa de pedra à sua frente…  Enquanto esperava, sem desesperar naquela paciência que dizem ser de chinês, cofiava sua barbicha branca e expelia baforadas de fumo branco do seu cachimbo.
Lao Wang aproximou-se e, em vez de se sentar, permaneceu de pé olhando o horizonte onde uma nuvem amarela se levantava e aos poucos se aproximava da entrada da cidade…

… … …

Aquela hora da manhã a estalagem tinha poucos clientes e apenas duas mesas ocupadas… Numa uma jovem mãe partilhava “yadali miantang” (sopa de massas) com seu filho que, na sua pouca idade, já manuseava com destreza os “kuàzi” (pauzinhos) e noutra dois homens de meia idade bebericando chá e possivelmente discutindo algum negócio…
O estalajadeiro alertado pelo galope de cavalos veio espreitar à porta onde dois cavaleiros envoltos numa nuvem de pó amarelo acabavam de desmontar…
Pela aparência fácil seria descobrir de onde emergiram tais cavaleiros, pois suas vestes de soldados imperiais estavam totalmente cobertas por aquele penetrante pó amarelo que o vento norte trouxera durante toda a noite do Deserto de Gobi. Chegavam dos arredores de Dadu, a grande capital mongol da Dinastia Yuan.
Pertenciam ao exército do General Wen Li do Reino Song do Sul que acantonado algures na região de Shijuszhuang, se preparava para dar o golpe final ao exército dos descendentes de Genghis Kan e expulsar os mongóis daquele território, depois do seu domínio por mais de 100 anos do povo Han.
Bateram com as botas, sacudiram a armadura e tiraram os elmos de plumas escarlates mas aquele fino pó amarelo teimava em manter-se! Dirigiram-se então para as traseiras da estalagem onde uma grande pia de pedra servia de bebedouro dos cavalos mas antes de saciarem a sede das suas montadas fizeram a cegonha tirar um balde de água e despejá-lo pelas suas cabeças, refrescando-se e limpando a poeira dos olhos, boca, ouvidos e nuca… depois mais aliviados, entraram na estalagem e tomaram assento numa mesa junto à janela… Tinham pressa em chegar ao Palácio Imperial de Nanquin (a capital do sul) onde o principe Hongwo ansiava por notícias do seu general, mas antes tinham de descansar os cavalos e retemperar forças comendo algo porque de Kaifeng até Nanquim longas milhas ainda tinham a percorrer…
A cavalgada noturna no meio da tempestade de areia do Gobi, tinha sido desgastante tanto para eles como para os cavalos.
O estalajadeiro aproximou-se com um bule de água quente , duas taças e um pequeno saco contendo folhas secas e perguntou:
- “Ilustres guerreiros que poderá este humilde estalajadeiro vos servir para mitigar vossa fome? 
       Chow mein com carpa prateada?
       Dumplings de sopa ao vapor?
       Frango dourado com ervas de três sabores?”
- “Honrado estalajadeiro estamos famintos, vai trazendo que nós tudo comeremos!”, respondeu Zhu Hong.
Enquanto dizia isto, Zheng Fu, o jovem soldado, despejou água quente nas taças para as escaldar e depois abrindo o bule nele meteu uma pequena porção das folhas aromáticas contidas no saco. Esperou um pouco e verteu o líquido ambarino nas taças oferendo um delas ao seu superior militar, Zhu Hong, o lugar tenente do General Wen Li.                                                Não tardou que a graciosa filha do estalajadeiro, Mei Mei, trouxesse o primeiro prato… duas tijelas fumegantes de Dumplings cozidos ao vapor… Manuseando os “kuàzi” iniciaram a degustação mas, de cada vez que um levava um dumpling à boca, um esguicho de água saia e atingia a cara do amigo em frente o que causava uma enorme gargalhada!                        Vieram mais três pratos que devoraram com satisfação ao mesmo tempo que bebiam umas taças de chá!

História do Chá… dizem que foi uma descoberta acidental do imperador Shen Nung(250 a.C) quando aproveitando as temperaturas primaveris no jardim do seu palácio fervia água debaixo de um arbusto (Camélia Sinensis)e deste caíram algumas folhas secas… A bebida ficou tão agradável com a infusão dessas folhas que foi logo adoptado como bebida imperial!

Zhu Hong acariciou o seu cavalo que acabava de ser albardado pelo jovem Zheng Fu e aprestou-se a montá-lo. Era tempo de retomarem a marcha até Nanjing onde por certo só chegariam na madrugada do dia seguinte…
A trote passaram pelos jogadores de Go, que disputavam árduas batalhas no granítico campo de batalha com estratégias congeminadas pelos ancestrais antepassados, o que deliciava a plateia que a sua volta se aglomerava e até chegavam a fazer apostas quanto ao vencedor?!

As planícies de Shandong foram ultrapassadas e com o cair da noite aproximaram-se das margens do lago HongZe onde fizeram uma paragem para descansar as montadas… e comer do bornal que Mei Mei lhes havia preparado.
Ao raiar do dia, depois de contornarem o lago, começaram a ver a silhueta da cidade Capital do Sul, recortada no horizonte, com suas torres e pagodes em destaque!
Nanjing!

Gravura extraída da internet.

A FÉNIX IMPERIAL


Segundo Episódio

Nanjing, A Capital do Sul…


Li Shishi olhava a gaiola dourada ouvindo o trinar do lindo pássaro…

Aromas primaveris entravam pelas portadas abertas que deixavam ver o jardim e a floração das cerejeiras…

A-Mei entrou de mansinho nos aposentos e quando chegou perto de Li Shishi sussurrou-lhe algo que a deixou feliz.

-“Diz-lhe que entre, que entre, estou desejosa de a voltar a ver!”, ordenou Li Shishi.

Não tardou entrou na sala uma delicada figura feminina ostentando vestes de monja Taoísta acompanhada por A-Mei que carregava uma Pipa (instrumento tradicional chinês).

A pedido de Li Shishi sentaram-se num amontoado de almofadas de seda de cores diversas e trocaram saudações entre risinhos tímidos… 

A-Mei ausentou-se por um instante e logo regressou com um tabuleiro contendo um Bule de Chá e as respectivas tacinhas de fina porcelana.

A jovem monja era Yu Baihe uma cortesã do Palácio Imperial de Nanjing, filha do Ministro Yu, que havia enveredado pela vida sacerdotal, sem contudo ter deixado os gostos mundanos e pelas artes, como a música e a poesia, que deleitavam a corte com a sua amiúde presença.

Enquanto A-Mei preparava o chá, Yu Baihe segurou a Pipa e logo iniciou os acordes das Baladas de Suzhou, no que foi seguida por Li Shishi no seu Er-hu (violino chinês)… 

O pequeno pavilhão encheu-se de maviosos sons…

Faziam pequenos intervalos para bebericar chá, um aromático Tieguanyin, originário de Anxi na província mais a sul do reino, e logo voltavam a dedilhar os seus instrumentos.


Nessa tarde Yu Baihe surpreendeu Li Shishi ao recitar-lhe poesia

de Li Ye, poetisa que viveu na dinastia Tang e morreu por volta do ano 784:


“DOENTE JUNTO AO LAGO - SAUDAÇÃO À CHEGADA DE LU YU

Sobre a geada a lua, à tua ida 

E hoje retornas na amarga neblina.

Eis-me deitada, enferma, aqui me encontras.

À fala acorre a lágrima, escorre.

Vens, e do vinho de Tao me ofereces

E te devolvo um poema de Xie.

Encher a cara contigo outra vez;

Mais do que isso, que posso querer?


LAMENTO DE SAUDADE

Profundo, dizem do mar, suas águas

tão mais ao fundo chega a saudade

Mar sem margens, larga a sua praia

e mais longe alcança meu sentimento

Tomo o alaúde, subo as escadas

só no terraço, com a lua cheia

e esta canção que diz: estou triste

toco e arrebento as cordas, as tripas…”


… … …


A muralha do Palácio Imperial erguia-se num espaçoso descampado onde um largo fosso impedia o acesso directo à “Dàhóng mén”- a grande porta vermelha…

Zhu Hong mandou Zheng Fu tocar a trompa de guerra no que foi secundado por igual toque do interior da muralha. Após alguns minutos de espera a enorme e pesada porta começou a mover-se… e quando entreaberta saíu um grupo de soldados equipados com diversos artefactos que com habilidade construíram uma passagem para os dois cavaleiros atravessarem o fosso de água e chegarem à grande porta “Dàhong mén”. 

 Zhu Hong e Zheng Fu entraram no átrio do Palácio Real e pararam defronte da Torre Du Mén onde o Grande Gongo se fez ouvir com imediata abertura da porta.

Zheng Fu pegou a montada do seu capitão e dirigiu-se para os pavilhões onde os guarda reais estavam aquartelados, enquanto Zhu Hong em passo lesto se dirigiu ao pavilhão da Paz Celestial para ser recebido pelo príncipe Hongwo, que ansiava por saber novidades do Norte!


O pavilhão estava em semi penumbra e no ar o cheiro a incenso era intenso… quando Zhu Hong entrou ainda conseguiu ver de relance as vestes dos monges budistas que se retiravam, depois de haverem recitado as mantras matinais ao som de timbales e sininhos, enquanto queimavam incenso…

Um dignatário imperial ricamente trajado aproximou-se de Zhu Hong e convidou-o a aproximar-se do Trono Imperial onde o príncipe Hongwo ainda dormitava embalado pelas mantras… um dos ministros do príncipe sussurrou-lhe ao ouvido a presença do braço direito do General Wen Li o que funcionou como uma mola, pois Hongwo logo se endireitou e acenou a Zhu Hong que se aproximasse.

Zhu Hong segurando seu elmo de plumas escarlates na mão fez uma genuflexão e a mando do príncipe sentou-se de pernas cruzadas na sua frente.

- “Que novas me trazeis do nobre General Wen Li? “, perguntou o príncipe Hongwo com voz firme!

- “Pois… “, e Zhu Hong desfiou todo o relato que o General Wen Li o incumbira de transmitir. Informou do estado anímico do exército Song e da sua disposição no terreno com postos dissimulados avançados em torno de Dadu.  O grosso do exército Song encontrava-se acantonado nas florestas de Hebei, nos arredores de Shijuazhuang, fazendo incursões diárias na região para espiar o exército mongol do imperador Toghon Temur, evitando ser visto e entrar em confrontação, pois queriam manter-se em segredo até que todas as forças estivessem reunidas. Por outro lado a necessidade de estudar o terreno e verificar qual o melhor local para desencadear a batalha final, dado que toda área circundante de Dadu (Beijing) era uma enorme planície e os mongóis habituados às estepes eram hábeis guerreiros em terreno aberto com uma cavalaria temível. Teriam pois de os atrair para zonas mais montanhosas ou de floresta em Zhangjiakou…                                                 Zhu Hong tudo ia explicando em pormenor com total atenção do príncipe. A certa altura este interrompeu e disse:

- “É tempo de o exército Song mostrar o que tem de novo e por em prática “Wujing Zongyao” ! (Wujing Zongyao consiste num manual elaborado por estudiosos da guerra do Reino Song, contendo as técnicas e os equipamentos militares mais modernos da época! )

- “Novos equipamentos bélicos foram já desenvolvidos com a utilização da pólvora e o exército comandado pelo General Huang Feng, que em breve aqui chegará vindo do sul do reino, de Fuquiem,  virá já equipado com todo esse poderio”, continuou.

- “Capitão, regresse ao seu posto e informe o General Wen Li que logo após Duãnwujié (Festival do Barco Dragão) o exército do General Huang Feng cavalgará para norte entrando por Tianjing e eu mesmo irei na frente para comandar a batalha final que expulsará de vez os Yuan e nos libertará desta opressão de tantos anos.


… … …. 


No Pavilhão Dourado a música não parava de ser maviosamente tocada pelos delicados dedos de Yu Baihe na sua Pipa, agora também acompanhada pela flauta de A-Mei.

Li Shishi tinha ficado impressionada com a forma de recitar poesia de Yu Baihe e queria que esta a ensinasse na recitação e no canto…

De súbito ouviu-se um silvo no exterior!

Não era o canto do vistoso pavão que Li Shishi tinha no jardim, mas esta conhecia bem aquele silvo e, com o coração a bater descompassado dentro do seu gentil corpo e as faces a ficarem ruborizadas, esperou um segundo silvo!

E este não tardou! Li Shishi ficou inquieta… seria que seu amado estava de volta do norte?

-“A-Mei!”, gritou!

-“Vai ver… vai ver…!!!”




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Terceiro Episódio

 

Encontros Palacianos

 

Zhu Hong recebeu das mãos do príncipe Hongwo, o salvo conduto com demais instruções para entregar ao general Wen Li, depois de nele apôr o selo imperial.

Com um aceno despediu-se do jovem capitão e quase gritou:

-“Até breve! Na libertação do nosso povo!”

Com uma genuflexão Zhu Hong despediu-se respeitosamente do príncipe e o dignatário imperial que o havia acompanhado na entrada acompanhou-o igualmente até à saída.

Fora do Pavilhão da Paz Celestial colocou o elmo e com passo ligeiro dirigiu-se para as casernas da Guarda Imperial a fim de se encontrar com Zheng Fu. Este dormitava à sombra de uma Litchi Chinensis. 

-“Zheng xiãnsheng!”, chamou…

Esbaforido Zheng Fu pôs-se de pé! 

 

Zhu Hong informou-o que regressariam ao norte daí a dois dias, por isso estava dispensado até à hora da partida, mas que não se afastasse para longe da caserna, pois poderia precisar dele.

-“Sim, capitão Zhu! Às suas ordens”, respondeu

Zheng Fu era do sul do reino, das margen do lago Taihu, pelo que não tinha família em Nanjing e ficaria aquartelado na caserna.

 

Montando o seu alazão Zhu Hong dirigiu-se para a saída do palácio, usando desta vez uma porta por um tunel lateral que dava diretamente para os “hutong” (bairros da cidade). Percorrendo ruas estreitas e vielas chegou a uma área onde a aparência das portas dava a entender que ali vivia gente de posses e da aristocracia palaciana: ministros, altos dignatários ou militares.

 

                                             

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Parou em frente de um portão vermelho encimado por quatro topos de tronco e ladeado por dois guardiões esculpidos em pedra o que indicava a residência de um militar distinto. Com efeito era a sua casa de família pois seu pai tinha sido um destemido general nas guerras dos três reinos - General Zhu Wu!

Sentindo a chegada do cavaleiro um criado abriu a porta e logo o ajudou a desmontar, chamando outro criado para tomar conta do cavalo e o levar para o estábulo.

Zhu Hong com a ajuda do servo libertou-se da armadura, elmo e botas, e entrou na zona íntima a fim de se refrescar e logo vestir uma túnica amarela que cingiu ao corpo com uma cinta roxa. 

Mais aliviado, dirigiu-se à construção principal da casa onde sabia estarem seus pais. Encontrou-os confortavelmente sentados em amplos cadeirões. O pai debruçado sobre a mesa esgrimia o pincel, qual guerreiro no campo de batalha, e com elegância praticava os seus dotes de bom calígrafo!

A mãe segurando o bastidor dava aso à sua arte de bordar seda, uma tradição trazida da sua terra natal Suzhou…

Ao sentirem a entrada de alguém no salão, quase disseram em uníssono:

-“Xiǎo zhū, wǒ de érzi! (Pequeno Zhu, meu filho!)”

Xiao Zhu correu a abraçá-los e assim permaneceram os três por alguns instantes.

Sabiam da sua ausência do reino integrando as fileiras do exército do general Wen Li e o seu súbito aparecimento foi uma surpresa!

A mãe, uma senhora elegante e trajando com bom gosto, segurando-lhe um braço levo-o até junto de uma mesa de tampo de mármore escuro, onde iria ser servida a refeição do meio-dia. O pai limpava os pincéis e cuidadosamente guardava a tinta preta para mais tarde continuar a sua escrita sobre o alvo papel de arroz... 

Por uma porta lateral, oculta por um biombo com incrustações de lindas peônias em madre pérola, entrou uma jovem com um bule de porcelana branca, que se dirigiu para a mesa e escaldou as taças do chá com auxílio de uma grande malga para de imediato preparar o “Long Jin chá” ( o Longjing é um chá verde, também conhecido por Dragon Well, e é originário de plantações nos arredores de Hangzhou), que serviu aos três comensais… Entretanto outra jovem serviçal entrou com um tabuleiro e delicadamente colocou em frente de cada um uma tijela de “mi fan” (arroz). Três pratos largos contendo cada quais uns tipos diferentes de comida foram deixados no centro da mesa. Um com brócolos cozidos ao vapor salteados com alho (Dàsuàn chǎo xī lánhuā), outro contendo um peixe cozido ao vapor com ervas aromáticas e molho de soja (Jiàngyóu zhēng lǐyú) e o terceiro bifinhos salteados com bagas e frutos secos, pimento de três cores e rebentos de bambu. (Gānguǒ chǎo niúpái sān cǎi sǔn sǔn) …

Zhu Hong entusiasmada contava aos pais a sua viagem ao Norte com o General Wen Li, o qual era bem conhecido do velho general seu pai por ter servido às suas ordens quando mais jovem, como comandante de esquadrão, e da receção dessa manhã com o príncipe Hongwo no Palácio Imperial, A mãe escutava o filho com ar apreensivo enquanto o velho General se empolgava com cada palavra do filho revivendo os seus tempos de cavalaria!

Acabada a refeição os pais recolheram aos seus aposentos para descansar e Zhu Hong dirigiu-se à parte da casa destinado aos filhos onde tinha o seu quarto e o do irmão mais jovem que frequentava a escola de escribas no Palácio Imperial.

A irmã, Zhu Liang, tinha os seus aposentos na ala contígua aos pais. Era um ano mais nova do que ele e era a alegria da casa sempre a cantar…. Era uma exímia tocadora de Guzheng (harpa chinesa), sendo professora de música na escola de artes do palácio.

Uma hora depois Zhu Hong saiu à rua e com passo decidido seguiu por uma viela que desembocava num largo onde enormes amoreiras produziam uma frondosa sombra que convidava os passantes a parar e descansar nos bancos de pedra ali existentes. Algumas crianças colhiam folhas da árvore para meter numa caixa de madeira para alimentar os bichos-da-seda...

Um pouco à frente, numa viela estreita, elevava-se uma pérgula em estilo de pagode, na esquina de uma propriedade de altos muros, acercando-se desse meteu dois dedos aos lábios e soltou um silvo! Era o sinal para assinalar a sua presença quando queria ver a sua amada Shishi!  Mas teria de o repetir e depois esperar…

Decorreu algum tempo até que um vulto apareceu na pérgula. Era A-Mei que ao ver Zhu Hong lhe fez sinal para esperar e desapareceu…

 

 

                                

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A-Mei entrou esbaforida e gritou:

-É ele Xiao Shishi! Está lá fora debaixo do torreão!

Um enorme sorriso iluminou o rosto de Li Shishi e correu para o exterior na direção da pérgula.

Longos dias… mais de três meses desde que pela última vez vira Zhu Hong, que logo após o Festival da Primavera partira para norte com o exército do general Wen Li.

Yu Baihe parou de tocar a pipa e, estupefacta, olhava em seu redor, tentando compreender o que passava!

Li Shishi debruçou-se no varandim da pérgula como se quisesse chegar aos braços de Zhu Hong mas a distância era grande.

Zhu Hong explicou a razão da visita a Nanjing e que teria de regressar ao Norte daí a um dia, pelo que gostaria de a ver novamente no dia seguinte e com mais tempo.

Li Shishi corou e pediu-lhe viesse na tarde do dia seguinte tomar chá, na companhia de sua irmã, a sua íntima amiga Zhu Liang! Iria já falar com o pai e organizar um sarau...

Zhu Hong ficou entusiasmado com a ideia pois assim poderia estar mais perto da sua amada sem muito dar nas vistas, pois o seu namoro era ainda em segredo...

Ainda ali permaneceram algum tempo trocando olhares e breves palavras, mas a tarde começara a cair e com ela não tardavam as sombras do crepúsculo… Li Shishi colhendo um botão de rosa branco, depositou nele um beijo e atirou-o a Zhu Hong…

Este apanhando a flor no ar, beijo-a e colocou-a dentro da camiseta junto ao coração… e com um aceno desapareceu nas sombras…

Li Shishi entrou no salão parecendo flutuar… Yu Baihue ria deliciada e comentou:

-“O amor anda no ar!…”

-“Minha amiga, tem de me ajudar a organizar um sarau para amanhã! Venha comigo pedir consentimento ao meu pai!

E lá foram as duas em busca do pai de Shishi, o ministro imperial, Li.

Foram encontrá-lo no escritório iluminado por dois grandes candelabros, no meio de rolos, lendo documentos…

Ao vê-las entrar Li Fuming parou a pesquisa e indagou:

-“O que de tão importante trás a minha linda e delicada filha a visitar o velho pai?”

-“Qīn'ài de fùqīn. Querido e venerável pai, queria a sua autorização para amanhã organizar um sarau musical em honra desta minha amiga Yu Baihe, filha do ministro Yu, que além de nos vir tocar a sua Pipa, recitará e cantará dos mais belos poemas da Dinastia Tang.”

O rosto do ministro iluminou-se, gostou da ideia pois há muito não tinha uma festa em casa, e retorquiu:

-“E posso convidar alguns amigos?”



quarta-feira, 3 de junho de 2020

China Art Gallery - The Gates of Old Beijing

Beijing... a Capital do Norte (assim é a tradução à letra, ou melhor aos caracteres 北京) A cidade de Pequim ou Beijing é a capital administrativa da República Popular da China... e aqui quero fazer uma ressalva... o nome é mesmo República do Povo da China... (numa carta que em tempos escrevi à Embaixada da China em Portugal fizeram-me esse reparo!) Nos primeiros anos todas as minhas viagens eram iniciadas em Pequim e a partir daí viajava para as cidades onde era necessário fazer alguma visita... é a cidade que mais me fascina porque sempre há algo de novo para ver... Nestes meus relatos já vos falei dos velhos bairros “Hutong” hoje gostaria falar um pouco das portas da velha cidade. Pequim antiga era um autêntico labirinto e para controlar as entradas haviam fortificações a que chamavam portas “mén”... com a modernização da cidade e abertura das largas avenidas a maioria delas foram desmanteladas... no entanto uma boa parte ainda pode ser apreciada em redor da Cidade Imperial - a cidade proibida dos Imperadores... A principal é a porta de Tiannamen, mas outras como Deshengmen ou Andingmen pela sua imponência não passam despercebidas aos visitantes... A Drum Tower na zona antiga perto do lago Beihai é também atração... Pequim, a enorme capital da China, tem uma história de 3 milênios. No entanto, ela é tão conhecida por sua arquitetura moderna quanto por seus locais antigos, como o grande complexo da Cidade Proibida, palácio imperial das dinastias Ming e Qing. Nas proximidades, a enorme Praça da Paz Celestial, reservada para pedestres, abriga o mausoléu de Mao Tsé-Tung e o Museu Nacional da China, que exibe uma ampla coleção de relíquias culturais. Área: 16 808 km² Elevação: 44 m População: 21,54 milhões (2018) Hora local: sexta-feira, 01:49 Tempo: 20 °C, Vento de SE a 11 km/h, Humidade de 66%
Pequim (em chinês 北京; em pinyin Běijīng e Wade-Giles Peiching; AFI: Loudspeaker.svg? /pèɪtɕíŋ/) é a capital da República Popular da China e uma das metrópoles mais populosas do mundo. Em 2013 a população da cidade foi estimada em 20 150 000 habitantes. A cidade, localizada no norte da China, é governada como uma municipalidade diretamente controlada pelo governo nacional, com 14 distritos urbanos e suburbanos e dois condados rurais.[1][2] O Município de Pequim é cercado pela província de Hebei, com excepção da municipalidade vizinha de Tianjin, ao sudeste.[3] A cidade é a segunda maior do país por população urbana, depois de Xangai, e é o centro político, cultural e educacional do país.[4] É a sede da maioria das maiores empresas estatais chinesas e é um importante polo de rodovias nacionais, vias expressas, ferrovias e redes ferroviárias de alta velocidade. O Aeroporto Internacional de Pequim é o segundo mais movimentado do mundo por tráfego de passageiros.[5]
A história da cidade remonta a mais de três milênios. Como a última das quatro grandes capitais antigas da China, Pequim tem sido o centro político do país por grande parte dos últimos 800 anos.[6] A cidade é famosa por seus opulentos palácios, templos, parques, jardins, túmulos, muralhas, portões,[7] e por seus tesouros artísticos e universidades, que a tornaram um centro cultural na China.[7] A Encyclopædia Britannica observa que "poucas cidades no mundo serviram por tanto tempo como a sede política e o centro cultural de uma área tão imensa como a da China".[8] Pequim tem sete Patrimônios Mundiais classificados pela UNESCO: a Cidade Proibida, o Templo do Céu, o Palácio de Verão, os Túmulos Imperiais das Dinastias Ming e Qing, o Zhoukoudian, a Grande Muralha e o Grande Canal.[9] Fonte: Wikipédia Fotos: 3 primeiras do autor e as restantes retiradas da Internet.

China Art Gallery - Muralha da China - The Great Wall

Logo na minha primeira viagem à China em 1998, visitei a Grande Muralha da China. O sector visitado foi o que fica mais perto de Pequim, Badaling, sendo por isso o mais desenvolvido para as visitas turísticas. No caminho de regresso visitamos também Xiaoling Tombs of Ming Dinasty. Nome em chinês da Grande Muralha da China: Wanli Changcheng 万里长城 Extensão... 21196 kms Património Mundial pela UNESCO
Grande Muralha da China é uma série de fortificações feitas de pedra, tijolo, terra compactada, madeira e outros materiais, geralmente construída ao longo de uma linha leste-oeste através das fronteiras históricas do norte da China para proteger os Estados e impérios chineses contra as invasões dos vários grupos nômades das estepes da Eurásia, principalmente os mongóis. Várias muralhas estavam sendo construídas já no século VII a.C., que mais tarde foram unidas e tornadas maiores e mais fortes, no que agora é referido como a Grande Muralha.. Especialmente famosa é a muralha construída entre 220 e 206 a.C. por Qin Shi Huang, o primeiro Imperador da China. Pouco desta muralha permanece nos dias atuais. Desde então, a Grande Muralha foi reconstruída, mantida e melhorada; a maior parte do trecho existente é da dinastia Ming (1368-1644). Outras finalidades da Grande Muralha incluíram controles de fronteira, permitindo a imposição de direitos sobre mercadorias transportadas ao longo da Rota da Seda, a regulação ou o encorajamento do comércio e do controle da imigração e da emigração. Além disso, as características defensivas da Grande Muralha foram reforçadas pela construção de torres de vigia, quartéis de tropas, estações de guarnição, capacidade de sinalização por meio de fumaça ou fogo e o fato de que o caminho da Grande Muralha também servia como um corredor de transporte. A Grande Muralha estende-se de Dandong, no leste, ao Lago Lop, a oeste, ao longo de um arco que delineia grosseiramente a borda sul da Mongólia Interior. Um abrangente levantamento arqueológico, usando tecnologias avançadas, concluiu que as muralhas da dinastia Ming tem um total de 8.850 quilômetros de extensão.[3] Esta é composta por 6.259 km de seções da muralha em si, 359 km de trincheiras e 2.232 km de barreiras defensivas naturais, como montanhas e rios. Outra pesquisa arqueológica descobriu que toda a muralha, com todos os seus ramos, mede 21.196 km. Durante muito tempo pensou-se que a Grande Muralha fora construída para proteger o Império Chinês contra a ameaça de invasão por tribos vizinhas. Na verdade, porém, o Império Qin não corria qualquer perigo em relação às tribos do norte quando a muralha começou a ser construída. Apenas os Hsiung-nu se haviam fixado significativamente no território chinês, e mesmo estes pouco resistiram quando o exército de Meng T’ien os expulsou da região de Ordos. A muralha seria uma defesa contra ataques futuros, mas o custo em vidas humanas parece excessivo para uma estrutura que não era uma necessidade imediata. A ideia da muralha pode ter nascido da obsessão de Shi Huang Di pela segurança e da sua paixão por grandes projetos. Porém, pode ter havido razões mais pragmáticas: a muralha seria um local conveniente para onde enviar os desordeiros e fazê-los trabalhar. A construção da muralha também dava emprego aos milhares de soldados sem trabalho, depois que a formação do império pôs fim à guerra entre os estados. Além disso, logo que a muralha ficasse terminada, teriam de ser colocados soldados em toda a sua extensão, assegurando-se assim que grande parte do exército seria mantida bem longe do capital. As primeiras construções surgiram antes da unificação do império, em 221 a.C. Ao unir sete reinos em um país, o imperador Qin Shihuang (259-210 a.C. - Dinastia Chin) começou a unificar a muralha, aproveitando as inúmeras fortificações construídas por reinos atuais. Com aproximadamente três mil quilômetros de extensão à época, foi ampliada nas dinastias seguintes.[6] Com a morte do imperador Qin Shihuang, iniciou-se na China um período de agitações políticas e de revoltas, durante o qual os trabalhos na Grande Muralha ficaram paralisados. Com a ascensão da Dinastia Han ao poder, por volta de 206 a.C., reiniciou-se o crescimento chinês e os trabalhos na muralha foram retomados ao longo dos séculos até o seu esplendor na Dinastia Ming, por volta do século XV, quando adquiriu os atuais aspectos e uma extensão de cerca de sete mil quilômetros. Acredita-se que os trabalhos na muralha ocuparam a mão de obra de cerca de um milhão de operários (até 80% teriam perecido durante a sua construção, por causa da má alimentação e do frio), entre soldados, camponeses e prisioneiros. A magnitude da obra, entretanto, não impediu as incursões de mongóis, xiambeis e outros povos, que ameaçaram o império chinês ao longo de sua história. Por volta do século XVI perdeu a sua função estratégica, vindo a ser abandonada a partir de 1664, com a expansão chinesa na direção norte na Dinastia Qing. No século XX, na década de 1980, Deng Xiaoping deu prioridade à Grande Muralha como símbolo da China, estimulando uma grande campanha de restauração de diversos trechos. Porém, a requalificação do monumento como atração turística sem normas para a sua utilização adequada, aliada à falta de critérios técnicos para a restauração de alguns trechos (como o próximo a Jiayuguan, no Oeste do país, onde foi empregado cimento moderno sobre uma estrutura de pedra argamassada, que levou ao desabamento de uma torre de seiscentos e trinta anos), geraram várias críticas por parte dos preservacionistas, que estimam que cerca de dois terços do total do monumento estejam em ruínas. Fonte: Wikipédia Fotos do autor.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

China Art Gallery - Relógio de Água de Yuan Ming Yuan

Relógio de Água com os animais do Zodíaco Chinês - Palácio de Verão em Pequim, Yuan Ming Yuan... A foto que anunciou a morte do multimilionario Chinês (Português) Stanley Ho lembrou-me o célebre relógio de água construído pelo Jesuíta Português, Miguel Bento, num pátio do Summer Palace nos arredores de Beijing, que fazia as delícias do imperador Qianlong ao fazer jorrar água pela boca dos doze animais do zodíaco chinês...
Essa fonte terá sido destruída e as cabeças dos animais roubadas aquando da invasão do palácio pelas tropas anglo-francesas na guerra do ópio, há mais de século e meio... Entretanto ao apelo do Governo Chinês as cabeças foram aparecendo e sendo devolvidas. A do cavalo Ma Shou por Stanley Ho numa operação que lhe custou HK$69,1 em 2007, quando em 2003 havia já doado a cabeça do porco.
A Ma Shou (cabeça de cavalo) tive a oportunidade de a ver exposta no Grand Lisboa Casino. Por curiosidade convido-vos a ler a página do livro 500 Anos de Contactos Luso-Chineses (Fernando Correia de Oliveira - Público/Fundação Oriente) aqui fotografada, mas o livro conta e desvenda muito mais coisas... uma boa sugestão para este verão! in chinasweetchina.blogspot.com by João Carlos Breda

China Art Gallery - Carpa Vermelha - Sinal de Boa Sorte

Na cultura oriental e em especial na Chinesa as carpas vermelhas estão ligadas à boa sorte, prosperidade, sabedoria, resistência... Os chineses constroem lagos nos jardins das suas vivendas ou fábricas, onde criam carpas... na impossibilidade de um lago optam por um aquário onde elas possam nadar... Visitar um parque ou jardim na China tem sempre como atração principal os lagos onde milhares de carpas vermelhas, douradas e brancas se mostram aos visitantes e escancaram suas bocas na expectativa que uma dádiva lhe caia do céu! Na foto um penduricalho com duas carpas vermelhas que me foi oferecido à saída do parque Baomo Garden Panyu (Guangdong).
“Carpa é uma espécie de peixe (Cyprinus carpio) comum na Ásia, África e Europa, mas com origem chinesa. Este animal possui diversos significados míticos na cultura oriental, como um sinal de boa sorte, virilidade, sabedoria e resistência. Também conhecida como koi ou karpa koi, a carpa é criada em tanques há mais de mil anos. Vive também em águas cálidas, de rios de curso lento e de lagos. Se alimentam de pequenos invertebrados que captura no lodo. Algumas espécies de carpa são populares exclusivamente como peixes de ornamentação, sendo mantidas em lagos ou aquários.
Em países orientais, como Japão e China, a carpa significa boa sorte, sucesso, vida longa e perseverança, e é um peixe muito valorizado e respeitado. Existe uma lenda chinesa que diz que a carpa tinha que atingir a fonte do Rio Amarelo, que atravessa todo o continente chinês, na época da desova, tendo que nadar e saltar vales cheios de cascatas até à montanha Jishinhan. A carpa que chegasse até o fim se transformaria em dragão.” Fonte: internet e Wikipedia

China Art Gallery - Caracteres Chineses (escrita)...

Não há dúvida que nos faz confusão tentar ler os caracteres chineses e a frase “isso para mim é Chinês” é muitas vezes dita quando algo para nós não é entendível! A escrita do Chinês é baseada no chinês antigo pictográfico... Fotos anexas: o quadro tem o nome da minha filha ANA... mas não quer dizer que o nome Ana se escreva assim... quando pedi soletrei A-NA e o calígrafo desenhou dois caracteres que representam os sons à e NA! Porconseguinte baseado num fonema o que contraria em tudo a escrita chinesa... para turista vale tudo! As outras são de um livro de poesia considerado o “Road book” do Chinês... comprado em Pequim numa livraria da Qianmen Lu.
Os principais “dialectos” falados na China: Chinês tradicional 漢字 Chinês simplificado 汉字 Pinyin (Mandarim) Hànzì Xangainês Jyutping (Cantonês) Min Nan Chaozhou Hakka Xiang Os caracteres chineses ou caracteres Han (汉字 / 漢字, Hanzi) são logogramas (e não ideogramas) utilizados como sistema de escrita do chinês, japonês, coreano (apenas na Coreia do Sul, e com importância unicamente histórica e/ou cultural) e outros idiomas, como por exemplo o dong. Foram usados na Coreia do Norte até 1949 e no Vietname até o século XVII. Também denominados sinogramas, as suas origens são remotas, possivelmente anteriores à dinastia Shang, no século XIII a.C., quando aparecem os primeiros registros desta escrita, em ossos de animais. Confúcio, por exemplo, faz referência a existência de um sistema de escrita na China anterior a 2000 a.C. É, contudo, difícil traçar a sua história e a sua origem pertencente ao domínio da mitologia chinesa. Os sinogramas são chamados hànzì em mandarim. O sistema de escrita chinês é logográfico, ou seja, os grafemas são logogramas que denotam palavras ou morfemas. A escrita chinesa, em todas suas variantes, é caracterizada pela ausência de um alfabeto. Os logogramas não transcrevem os sons da fala (fonemas), mas significados, e cada grafema pode ser pronunciado de uma forma completamente diferente de acordo com o dialeto. É muito frequente chamar-se, aos logogramas, "ideogramas" ou "hieróglifos". No entanto, os ideogramas representam ideias e não tanto palavras ou morfemas, sendo raros os sistemas de escrita das línguas humanas verdadeiramente ideográficos. Cada grafema isolado é lido como uma sílaba diferente. Quando a palavra tem duas sílabas, cada sílaba que a compõe é representada com um grafema diferente. Apenas uma pequena percentagem do total de sinogramas (outro nome para caracteres chineses) são realmente ideogramas ou pictogramas. Por exemplo: para se representar a ideia de "brilho" combina-se as representações de 日,"sol", e 月,"lua", obtendo-se o ideograma 明. A repetição de um pictograma pode levar à criação de um ideograma. É o caso de 木,"árvore", e de 林“bosque” e 森,“floresta”, criados através da sua duplicação e triplicação, respectivamente. Fonte: Internet wikipedia.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

China Art Gallery - O jogo do Go (Xadrez Chinês)...

O jogo de Go - o xadrez chinês... O jogo do Go é um jogo de tabuleiro (mesa) onde dois jogadores jogam alternadamente peças ( botões) pretos ou brancos... começa o jogador que tem as peças pretas. É um jogo popular no oriente e na China muitos jardins tem ja os tabuleiros gravados em mesas bastando os jogadores levarem as pedras (botões)... Tal como o nosso xadrez e mesmo as damas é um jogo de estrategia e armadilhas, como se tratasse de uma guerra!... O livro A Jogadora de Go da escritora chinesa Shan Sa gira à volta do jogo de Go envolvendo os japoneses quando invadiram a Manchuria... muito interessante. A peça em porcelana de Foshan das fotos representam dois jogadores de Go!
“Go, Weiqi ou Baduk é um jogo estratégico de soma zero e de informação perfeita para tabuleiro em que dois jogadores posicionam alternadamente pedras pretas e brancas. Sua origem remonta à antiga China, há cerca de 2.5 mil anos. O jogo é popular no leste da Ásia, mas seu desenvolvimento pela Internet aumentou muito a sua popularidade no resto do mundo. O nome Go se originou da pronúncia japonesa de um antigo caractere 碁 (go), mas no Japão o jogo é chamado de 囲碁 (igo). Em chinês seu nome é 圍棋 (trad.) / 围棋 (simp.), pronunciado wéiqí ou wei-chi, que significa "jogo de cercar [território]". É conhecido como 바둑 (Baduk) na Coreia. É reconhecido como um jogo que envolve grande capacidade estratégica, tendo grande número de praticantes na Coreia, na China e no Japão. Nos Estados Unidos e na Europa existem comunidades significativas, embora longe da expressão dos países onde o jogo é conhecido desde a antiguidade. Em outros lugares, como o Brasil, é praticado basicamente pelos da diáspora asiática e curiosos.
História O Go originou-se na China e suas primeiras referências conhecidas datam do século VI a.C (548 a.C., Zuo Zhuan). Alguns estudiosos acreditam que o tabuleiro tenha evoluído de algum utensílio utilizado para marcar datas e épocas do ano. Uma lenda, no entanto, afirma que o jogo foi criado como um instrumento do imperador Yao (2337 - 2258 a.C.) para educar seu filho Danzhu na disciplina, na concentração e no equilíbrio. Outros acreditam que o jogo tenha sido criado com propósitos divinatórios, para controle de enchentes ou ainda para simbolizar a ordem cosmológica. O jogo também teria sido usado por generais chineses para estabelecer estratégias de guerra. O jogo foi introduzido no Japão em 735 por um monge budista chamado Kibi Dajin,[1] logo tornando-se popular entre as diversas classes sociais. Foi no Japão que suas regras tornaram-se consistentes, sendo também esse o primeiro país a estabelecer um sistema de jogadores profissionais com rankings e classificações. Em 1924, foi fundada no Japão a Nihon Ki-in, uma academia com caráter acadêmico e federativo voltado para a propagação do Go através de torneios e concessão de títulos aos jogadores.” Fonte: Wikipédia e internet